ASSENTANDO DEMÔNIO
Por Táta Nganga
Kamuxinzela
@tatakamuxinzela
| @covadecipriano | @quimbandanago
Nota: este texto é um excerto do livro
Ganga: a Quimbanda no Renascer da Magia (Clube de Autores, 2023).
Na Quimbanda Malê[1] se diz
que na Banda, não se assenta Exu; o que se assenta é demônio. Diferente da Quimbanda
Nàgô, onde o sincretismo entre Exus e demônios depende de muitos fatores
como i. a predisposição do Exu; ii. a qualificação magística do kimbanda
etc., na Quimbanda Malê o demônio é assentado e o Exu é apenas um veículo
mercurial de seu poder. De outra forma, o Exu é a interface de
comunicação entre o kimbanda e o demônio, assim como o facilitador
de sua ação dentro do Reino da Quimbanda.[2] Muloji diz: A escritura da alma tem que ser lavrada com o próprio sangue do
iniciado, sendo necessário ferir uma região do corpo para finalizar o pacto com
o demônio pessoal regente do iniciado.[3] A
estrutura, portanto, é a mesma dos pactos diabólicos.
Note que Muloji usa o termo demônio pessoal,
o que está em sincronia com a fórmula mágica universal do espírito tutelar como
vemos inaugurada na magia salomônica em O Testamento de Salomão, onde
Ornias torna-se o demônio pessoal de Salomão, seu espírito assistente,
conectando-o a todos os outros demônios listados no texto.
E como a natureza da iniciação na Quimbanda
Malê envolve um pacto de sangue, similar ao pacto dos grimórios diabólicos tardios,
aqui encontramos uma profunda influência da magia fáustica-cripriânica. Cipriano
feiticeiro ou São Cipriano[4] aprendeu com o Diabo os milagres da magia por meio de um pacto de sangue. Assim
como Fausto pactuou com Mefistófeles,[5] seu diabo
pessoal, o kimbanda pactua com um demônio pessoal no rito de
iniciação na Quimbanda Malê. No primeiro volume de Daemonium[6] enumerei os pontos a seguir sobre o pacto entre Fausto e Mefistófeles:
1.
Acordo
através de pacto.
2.
Mefistófeles
está presente o tempo todo na casa de Fausto.
3.
Mefistófeles
está disponível apenas com a verdade as perguntas que Fausto faz.
4.
Mefistófeles
está pronto a providenciar tudo o que Fausto deseja.
5.
Mefistófeles
é um espírito que voa tão rápido quanto o pensamento.
6.
Mefistófeles
é capaz de mudar de forma.
7.
Mefistófeles
traz outros demônios para auxiliar Fausto.
Todos esses sete pontos acima estão relacionados a
pactos diversos com demônios do submundo, terra e ar nos grimórios tardios da
tradição salomônica. Tanto os demônios salomônicos dos grimórios quanto os djinna
da magia árabe podem mudar de forma, conferir conhecimento de magia, riqueza e
fama, proporcionar prazeres e conquistas, assim como a destruição e queda dos
inimigos. E é interessante notar que a maioria das operações de magia
salomônica árabe para questões materiais (sorte no amor, riqueza, destruição de
inimigos etc.) são realizadas com os Sete Reis Jinns dos dias da semana.
Estes Sete Reis Jinns, no entanto, são os mesmos Sete Reis Espíritos do
Ar do Heptameron, um grimório que data de 1559 e cuja autoria é
atribuída a Pedro de Abano (1250-1316).
De todas as vertentes derivadas do tronco
tradicional de Quimbanda, a Quimbanda Malê é a mais demonológica,
possuindo profunda influência da magia salomônica árabe como praticada pelos malês,
africanos islamizados que viviam em diversas regiões da África Ocidental,
incluindo o Senegal, Guiné, Serra Leoa e outras. Eles eram conhecidos por sua
habilidade na prática de feitiçaria e usavam suas crenças religiosas e
espirituais para influenciar a vida cotidiana.[7]
O termo que nomeia essa vertente tradicional de
Quimbanda advém dos povos de origem africana, chamados de malês (provavelmente
advindos da região do Mali ou próximo) que por alguns também eram chamados de mandingas.
Os mandingas ou malês eram
conhecidos pela grande quantidade de sabedoria e conhecimento que possuíam. Por
serem povos islamizados (muçulmanos) eles sabiam ler (árabe) e escrever, pois a
base da cultura islâmica é saber ler e interpretar os textos do Alcorão.
Muitos dos sábios malês eram versados nas
artes mágicas e divinatórias, como podemos ver no excelente livro Bantos,
Malês e Identidade Negra[8] de Nei Lopes. Esses sábios eram conhecidos como marrabouts, marabuto,
marabu ou morabito, termo que virá dar origem ao Ganga Marabô na
Quimbanda.
Os malês receberam profunda influência da
magia salomônica árabe, e para os magos salomônicos árabes, todo e qualquer
tipo de espírito que não esteja incluído na categoria de anjos, são djinns
(gênios) do submundo, terra e ar, sendo os equivalentes árabes dos demônios
salomônicos. A palavra djinn pode ser usada para identificar qualquer ser
não físico que exista em outra realidade.[9] Nas
mitologias do Oriente Médio e no Alcorão, os djinna são
apresentados como ocultos, escondidos entre os homens, assumindo variadas
formas, inclusive humanas. Os antigos povos do Oriente Médio sabiam que os
djinna coexistiam com o nosso mundo, mas em lugares que nenhum homem ou mulher
pudessem visitar. Esse é um dos motivos pelos quais se diz que os djinna
habitam cavernas isoladas, desertos, florestas, picos de montanhas, cemitérios
e até as profundezas do mar. Essas áreas eram consideradas os esconderijos dos
djinna, onde os seres humanos raramente se aventuravam. […] Alguns lares
islâmicos aceitavam o fato de que os djinna podiam existir na propriedade de uma
pessoa, em sua casa, e permanecerem invisíveis. Pensa-se que, quando esses
djinns resolviam se mostrar, apareciam na forma de uma cobra […].[10] Muloji resume a magia árabe dos malês:
Na cultura dos Malês, a
magia era vista como uma forma de controlar as forças espirituais e de proteger-se
de espíritos malignos. Eles acreditavam que espíritos podiam ser convocados
para proteger e curar as pessoas, bem como para causar o mal. Alguns dos
rituais mágicos dos Malês incluem rezas, invocações, uso de amuletos e
encantamentos.
[…] Eles
acreditavam que a magia podia ajudar a proteger as pessoas contra maldições e
más influências, e a melhorar a vida financeira e social.
[…] A
magia dos Malês era frequentemente usada para resolver disputas e para proteger
as comunidades contra inimigos. Eles acreditavam que a magia podia ser usada
para desafiar o poder dos governantes e de outras pessoas influentes, e para
garantir justiça e equidade.
Em geral, a
magia dos Malês era uma parte integral da vida cotidiana e da cultura desses
africanos islâmicos. […] Para os Malês a magia era uma forma de conectar-se
com forças espirituais para influenciar positivamente a vida cotidiana. Os
«malês» eram temidos por sua feitiçaria.[11]
Em seguida Muloji cita Manuel Querino (1851-1923),
escritor afrodescendente abolicionista, pioneiro nos registros antopológicos e
na valorização da cultura negra:
O feitiço malê é
inteiramente diverso dos demais africanos. Escrevia em tábua preta o que
pretendia contra a pessoa condenada. Apagavam depois com água os sinais
cabalísticos e com o líquido era atirado no caminho transitado pela vítima.[12]
Interessante que Manuel Querino ressalte: i. um
tipo de feitiço completamente distinto daqueles tradicionalmente realizados
pelas culturas aborígenes da África. Ele se refere à influência da magia
salomônica árabe porquê; ii. utiliza o termo sinais cabalísticos,
sinônimo para diversos símbolos e tecnologias mágicas associadas a magia
salomônica: assinatura dos espíritos, caracteres mágicos, nomes divinos,
passagens da Bíblia ou do Alcorão e, fundamentalmente, pantáculos.
Táta Nganga Kilumbu wa Exu
Marabô e Táta Nganga Kimbanda
Kamuxinzela. Cerimônia de Iniciação na Quimbanda
Malê (4/7/2023).
Os pantáculos salomônicos são cabalísticos,
não astrológicos como se costuma pensar. Eles derivam seu poder diretamente dos
livros sagrados e os nomes divinos neles inscritos, e não do poder ou
influência dos astros, muito embora estes sejam endereçados. Então quando
Manuel Querino diz sinais cabalísticos, muito provavelmente ele se
refere aos pantáculos da magia salomônica tradicional ou árabe.
A magia árabe se divide em dois troncos: i. a
magia astral do Picatrix, pouco utilizada porque depende de eletivas
precisas para construção dos pantáculos e talismãs e; ii. a magia árabe, que
opera nos mesmos termos da magia salomônica tradicional, modificando apenas a
metalinguagem linguística do hebraico para o árabe, assim como os nomes
divinos. É frequente a convocação de anjos e djinns, espíritos ctônicos,
telúricos e aéreos. O grande livro que delineia a magia árabe chama-se Shams
al-Ma’arif, que se traduz como O Sol do Conhecimento, e traz
instruções de magia astral, assim como de salomônica árabe para convocação dos djinna.
O primeiro capítulo do Shams al-Ma’arif
traz instruções práticas sobre a construção dos pantáculos contento quadraturas
numéricas conjugadas com letras do alfabeto. O propósito destes pantáculos ou
talismãs é mágico, i.e. visam trazer facilidades na vida e, segundo o autor,
trata-se do meio mais seguro para se estabelecer comunicação com os djinna.
O pantáculo abaixo é um exemplo de talismãs
utilizados pelos Malês dentro de seus patuás para proteção:
A citação de Manuel Querino conclui:
Para destruir qualquer
malefício possuíam os malês um pequeno patuá (ou bolsa) que traziam no pescoço
contendo uma oração em poucas palavras, a qual era encimada por um polígono
estrelado regular de cinco ângulos, conhecido por signo de Salomão. E assim
ficavam imunes a toda feitiçaria.[13]
Nessa passagem de Querino fica nítida a influência
da magia salomônica na cultura espiritual do malês. Anteriormente, na
citação de Muloji, ele diz que entre os malês a magia era utilizada para
controlar as forças espirituais e para proteger-se de espíritos
malignos. E também que os malês acreditavam que estes espíritos
podiam ser convocados para proteger, curar ou causar danos as pessoas. Esses
espíritos aos quais ele se refere são os djinna. E em outra passagem
Muloji deixa claro a influência da magia árabe dos talismãs do Picatrix entre
os malês:
A religião pré-histórica
gerava em torno da teologia astral, uma crença que combinava astrologia,
alquimia, misticismo e matemática; eles dividiam o céu em 36 constelações
representadas por diferentes amuletos que eram usados pelos magos contendo
todos os números e 1 a 36.[14]
A religião pré-histórica que Muloji se refere é a
cultura religiosa dos persas, onde os reis patrocinavam um grupo seleto de
sacerdotes, os magos com conhecimento de matemática, astrologia, astronomia e
alquimia, que sabiam fazer cálculos astrológicos precisos para construção de
talismãs. O termo usado por Muloji, teologia astral, em verdade é a
magia astral derivada do Picatrix.[15]
Os árabes derivam muito de suas crenças religiosas
dos antigos persas. Enquanto os gregos e romanos eram adversários dos
iranianos por séculos, os judeus e cristãos eram seus protegidos. […] Os
árabes já mantinham transações comerciais com os iranianos longa data antes da ascensão
do Islã. Em vários aspectos, as práticas e crenças originais de Maomé eram
inspiradas a partir de modelos persas. Após o Irã ser absorvido pelo Mundo
Islâmico, uma inundação de ideias persas influenciou a cultura islâmica
profundamente, ao ponto da religião ser reformulada sob as crenças dos persas
em muitos aspectos. O Zoroastrismo no Irã foi permitido ser cultuado sob a
regência do Islã.[16]
Todas as crenças mágicas absorvidas dos persas
pelos árabes, assim como as influências judaico-salomônicas, foram transmitidas
aos malês africanos.
Assim como os demônios são citados na Biblia,
os djinna são citados no Alcorão. Descritos como habitantes deste
planeta muito antes da existência humana, tratam-se de espíritos com natureza
ígnea, espinhosa, muitas vezes avessa a consciência humana. Ele [Alá] criou
o homem da argila sonorosa. Criou os anjos da luz e os djinna do fogo vivo.[17]
Mas a origem dos djinna é muito anterior ao
Islã, e se estendeu pelos confins da cultura persa, onde se acreditava que eles
interferiam em todas as questões da vida secular, e cuja natureza era
essencialmente maligna. Esses seres eram semelhantes aos antigos conceitos
europeus ocidentais de demônios [salomônicos] invocados para ensinar ciência,
medicina e encontrar tesouros enterrados.[18]
Nas histórias contadas acerca dos djinna,
estes gênios são apresentados operando milagres, provendo facilidades, ganhos e
amores, mas também perda, pobreza e fatalidade. Suas aparições costumam ser
relatadas na forma de fumaça, como água que é jogada sobre a rocha quente do
deserto.[19] Quando iradas, o que costuma ser a constância desses gênios, explodem
garrafas e pratos.[20] De acordo com as crenças árabes, os djinna têm pele de fogo sem fumaça.
De acordo com o Islã um djinn muito
poderoso caiu em desgraça com Alá, sendo rechaçado para sempre. Seu nome era
Iblis e após ter sido expulso do paraíso, tornou-se shaitan, a origem do
Satã bíblico e cujo significado é adversário. Ele havia recebido de Alá
a permissão para provar a humanidade indigna de seu amor. No entanto este djinn
se sentiu injustiçado e recrutou uma miríade de djinns para a queda da
raça humana, e arrebanhou uma horda de crentes humanos a sua causa prometendo-lhes
poder, notoriedade, riqueza e prazeres, tudo o que um gênio é capaz de
conceder. O preço, no entanto, era a própria alma.
Este djinn, segundo as crenças dos árabes,
havia negado se curvar perante Adão, o homem primordial, proclamando ele e os demais
djinna como superiores a Adão. De muitas maneiras a expulsão de Iblis do
paraíso remonta as ideias antigas da queda do homem, a queda dos anjos e o
orgulho de Lúcifer. No período em que essas ideias teológicas se desenvolveram,
por volta dos Sécs. I-IV d.C., hermetistas, gnósticos, cristãos, judeus,
platonistas, árabes etc. compartilhavam crenças semelhantes acerca do Cosmos,
influenciando-se mutuamente. No hermetismo tradicional, por exemplo, quem cai é
o homem, no cristianismo quem cai são os anjos.
Maomé fez profundas mudanças na crença sobre a
existência dos djinna. Entre os iranianos pré-islâmicos os djinna
podiam, por exemplo, inspirar poetas, filósofos e profetas, além de servidores
que auxiliavam no ganho e acúmulo de riquezas e a resolver problemas no
cotidiano. Maomé mudou essas crenças e retirou dos djinna esses poderes
e influência sobre os homens. No entanto, na magia salomônica árabe esses
espíritos mantiveram seus poderes, como vimos a partir de O Testamento de
Salomão; um conhecimento que chegou até os mailês. A religião dos malês
é uma mistura de islamismo com antigas religiões naturais, e eles não
abandonaram completamente as práticas mágicas ou mandingas.[21]
Na magia salomônica árabe os espíritos que Salomão
conjurou em O Testamento de Salomão eram djinna,[22] não demônios. No seu primeiro verso o texto começa assim: Testamento de
Salomão, filho de Davi, que foi rei em Jerusalém, e teve a mestria e o controle
sobre todos os espíritos do ar, na terra, e de baixo da terra.[23]
No texto Salomão faz do djinn Ornias seu espírito
assistente, que se apresentou um dia na forma de um fogo ardente e
atacou o filho de seu capataz, drenando toda a sua vitalidade.[24] É assim, pois, que na Quimbanda Malê os espíritos são descritos ao se manifestarem,
no aspecto ígneo, destrutivo, indomável e irascível de um djinn.
Os espíritos da Quimbanda Malê são,
efetivamente, antigos djinna que nós convenientemente chamamos de
demônios. Aos seus tutelados, eles podem estabilizar e desestabilizar; e assim
como o djinn Iblis se negou a curvar-se perante a criação humana de Alá,
ao que seguiram uma horda de djinna, de igual modo os espíritos da Quimbanda
Malê não se curvam perante os homens. Na verdade, há forças na Quimbanda
Malê que desprezam profundamente a raça humana, como Exu Marabá. A Quimbanda
Malê, pela influência ctônica de seus espíritos, oculta uma força
anti-humana, contra a saúde mental de todas as formas.
Aqui nós estamos tratando, portanto, com antigos
espíritos que, através dos Maiorais e por meio dos Exus e Pombagiras, exercem
poder e domínio no Reino da Quimbanda. Os antigos Sacerdotes da Quimbanda
Malê descrevem os djinna como a essência ígnea dos espíritos da
Quimbanda e é por isso que eles são acessos a água.[25]
Desde a cerimônia de iniciação na Quimbanda
Malê é possível perceber essa natureza irascível dos espíritos. Assim como
os djinna aparecem na forma de fumaça, como água que é jogada sobre a
rocha quente do deserto e explodem garrafas, como vimos anteriormente, esses
mesmos fenômenos ocorrem no curso da iniciação. Na presença de Pombagira as
garrafas de champanhe se abrem sem nenhuma ação humana; durante os sacrifícios,
é possível perceber nitidamente uma fumaça saindo de dentro do assentamento. No
curso da minha iniciação na Quimbanda Malê uma vela de sete dias foi
totalmente consumida em segundos. Esses fenômenos não são atípicos, mas ao
contrário, são típicos de toda iniciação na Quimbanda Malê.
A Quimbanda Malê, devido ao seu alto grau
de vibração demoníaca, associada a manifestações de antigos djinna cuja
natureza é àquela do fogo nas profundezas da terra, é ctônica (subterrânea). Os
Exus que se manifestam na Quimbanda Malê são veículos para forças demoníacas
das profundezas no Reino da Quimbanda. O animal par excellence para
obrigações sacrificais na Quimbanda Malê é o porco, associado à presença
de demônios nas culturas antigas do Mediterrâneo e Oriente Médio, assim como de
daimones ctônicos na religião greco-romana.
A vibração da Quimbanda Nàgô é telúrica
(terrestre); os Exus que nela se apresentam proporcionam progresso porque
diferente dos Exus da Quimbanda Malê, que são veículos para o poder dos djinna,
estes estão no comando da força e do poder dos djinna, aqui chamados de
demônios. O animal par excellence para obrigações sacrificais na Quimbanda
Nàgô é o bode, associado à presença de demônios e do próprio Diabo na
cristandade, assim como de daimones telúricos na religião greco-romana.
A Quimbanda Mussurumin tem uma vibração
aérea, sutil e tênue; os Exus que nela se apresentam operam diretamente na
mente das pessoas. Os animais par excellence para obrigações sacrificais
na Quimbanda Mussurumin são aves diversas, associada à presença de
demônios aéreos cristandade, assim como de daimones aéreos na religião
greco-romana.
Na Quimbanda Mussurumin essa dinâmica de
trabalho com demônios é diferente, e opera dentro de uma linha de trabalho
específica chamada de Cabalá Francesa.
[1] Conhecida
como Kimbanda Malei convencionalmente. Na tradição literária
estabelecida por nós, optamos por escrever Quimbanda Malê, na intenção de
deixar o nome desta vertente mais próximo de suas origens e influências
mágico-religiosas.
[2] A Quimbanda
Malê não opera com a ideia de Reinos de Quimbanda como tratamos na Parte
III desta obra. Ela mantém a estrutura inaugurada por Aluízio Fontenelle que
divide o Reino da Quimbanda em dois grandes reinos: o Reino das Encruzilhadas,
do qual se diz que a Quimbanda Malê é filha, e o Reino das Almas ou
Cemitério.
[3] Muloji. Kiwanda:
Raízes perdidas da Kimbanda Malei. Edição do Autor, 2023, pp. 58.
[4] Veja
Fernando Liguori. Daemonium. Vols. I e II. Clube de Autores, 2019, 2022.
[5] Ainda
não existe um consenso da origem exata do nome Mefistófeles. Sugere-se que vem
do grego e traduz-se como inimigo da luz.
[6] Fernando
Liguori. Daemonium. Vol. I. Clube de Autores, 2019, pp. 214.
[7] Muloji. Kiwanda:
Raízes perdidas da Kimbanda Malei. Edição do Autor, 2023, pp. 58.
[8] Autêntica,
2006.
[9] Rosemary
Ellen Guiley e Philip J. Imbrogno. Os Vingativos Djinn. Madras
Editora, 2012, pp. 24.
[10] Ibidem,
pp. 27.
[11] Muloji. Kiwanda:
Raízes perdidas da Kimbanda Malei. Edição do Autor, 2023, pp. 58-59.
[12] Ibidem,
pp. 59.
[13] Ibidem,
pp. 59.
[14] Ibidem,
pp. 60.
[15] Veja
o primeiro volume de Daemonium, Clube de Autores, 2019, pp. 117.
[16] Stephen
E. Flowers, Ph.D. Original Magic: The Rituals and Initiations of the
Persian Magi. Inner Traditions, 2017, 99. 17-18.
[17] Ar-Rahman,
55.15. Veja também Stephen Skinner. Techniques of Salomonic Magic. Golden
Hoard Press, 2017, pp. 226. Veja a Introdução do Picatrix. Penn State
Press, 2019, pp. 1-33.
[18] Rosemary
Ellen Guiley e Philip J. Imbrogno. Os Vingativos Djinn. Madras
Editora, 2012, pp. 32.
[19] Ibidem,
pp. 216. Guarde essa citação na memória!
[20] Ibidem.
[21] Muloji. Kiwanda:
Raízes perdidas da Kimbanda Malei. Edição do Autor, 2023, pp. 128.
[22] Veja
Rosemary Ellen Guiley e Philip J. Imbrogno. Os Vingativos Djinn. Madras
Editora, 2012, pp. 35-41.
[23] Tradução
de Humberto Maggi. Thesaurus Magicus. Vol. I. Clube de Autores, 2010, pp.
3.
[24] Rosemary
Ellen Guiley e Philip J. Imbrogno. Os Vingativos Djinn. Madras
Editora, 2012, pp. 37.
[25] Diferente
dos Exus da Quimbanda Nàgô, que aceitam quartinhas com água perto do
assentamento, os Exus da Quimbanda Malê detestam água por conta de
sua característica ígnea irascível.